LIÇÕES DA CAMPANHA DE 2010 - Dep. Marco Aurélio

6/23/2012

LIÇÕES DA CAMPANHA DE 2010

Em 2010, fui candidato a deputado estadual. Uma das experiências mais valiosas que já tive. Fizemos uma campanha limpa, no campo das ideias, plenamente propositiva. A campanha que para mim significou uma prova de fé, foi forjada na superação de obstáculos e entre eles, o da falta de estrutura.
Nossa atividade no cursinho, no período de férias, praticamente para. É o pior período do ano para cursinho, o período de férias, justo o mês em que as candidaturas foram homologadas. No dia 5 de Julho de 2010, em São Luís, enquanto registrava a candidatura, dividia a preocupação de como fazer uma campanha com a preocupação de como pagar as contas pessoais e do cursinho, naquele péssimo período para a nossa atividade. 
Uma semana antes de homologar a candidatura, reuni o meu grupo de amigos e falei de como haveria de ser a campanha: de fé, sem estrutura, sem contratar ninguém para trabalhar na campanha e que ainda assim, esperávamos vencer. Alguns que estavam próximos na expectativa de proveito pessoal saíram, mas a maioria permaneceu firme.
Candidatura é coisa para pessoas corajosas. Já imaginou o que é chegar a pessoas desacreditadas, desconfiadas com os políticos e você chegar com uma esperança? Que desafio! Às vezes, hostilizado por essas pessoas, e eu as compreendo, às vezes, tão bem tratado que até me serviam lanche. 
Nossa campanha era formada somente por voluntários, pessoas apaixonadas, o que é muito bom, mas tem sua dificuldade. O voluntário faz a sua parte, mas em seu tempo. Ele vota, pede voto, mas nem sempre pode ir a uma atividade política, como reunião, caminhada, comício. 
Com muita dificuldade, com quase um mês de campanha conseguimos reunir umas trinta pessoas em um sábado à tarde para uma caminhada saindo do Parque Santa Lúcia até a Praça Ferro de engomar, na Vila Nova. Eu estava tão empolgado por contar com essas trinta pessoas ao meu lado. Estava também um poderoso som para puxar a grande caminhada: um super- moto pop 100. E o amigo locutor que já estava dando choque de tanta energia positiva para empolgar quem nos visse passando. Ocorreu que o danado do locutor, na hora de sair, pisou no fio do som e quebrou o microfone. Adeus locutor! Desespero? Que nada! Fomos pra guerra! Os cartazes eram colados em papelão e pregados em pedaços de ripas que alguns amigos prepararam. Começamos a primeira grande caminhada.
Receptividade boa, muitas pessoas já sinalizando que votariam em nosso projeto, muitos ex-alunos e pais de alunos nas ruas, sinalizando positivamente, enquanto eu estava muito feliz, caminhando com o nosso exército de trinta pessoas, que para mim era uma multidão. Lá na frente, na Rua Euclides da Cunha, do meio de um quarteirão de uma rua transversal, uma senhora de idade me chamou. Acenou e eu deixei o exército me esperando e fui. Ao chegar, ela me disse:
-Eu vou votar eu você! 
Dei-lhe um abraço de agradecimento e perguntei:
-O que lhe motivou a votar em mim? 
Ela respondeu:
-Meu filho, vou votar em ti, porque você tá tão fraquinho! Todo mundo passa aqui com uma multidão, mas você, só tem uns gatos pingados. Tô com pena de ti!
Eu não sabia se sorria ou se chorava, mas agradeci por ela ter visto simplicidade em nosso projeto.
A campanha toda foi marcada pelos desafios, mas a fé nunca nos deixou desanimar. Quando dificultou a presença de pessoas nas atividades, fazia caminhada só eu e outra pessoa até meia noite, uma da manhã. E assim foi. 
Não fomos eleito, mas tivemos a segunda maior votação de Imperatriz e estamos na condição de suplente. Entretanto, a maior vitória que tive nessa eleição foi ter a certeza de que é possível, quando se tem fé. Não importa os obstáculos que estarão à frente, é possível! Guardarei todas essas experiências que nos ajudarão em outros desafios e servirão de ânimo para pessoas que têm um ideal. Às vezes não temos as mesmas ferramentas que outras pessoas, mas a força de vontade e os ideais fazem toda a diferença.

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