Durante sua fala em plenária na
Assembleia Legislativa desta quarta-feira (18), o Deputado Estadual Marco
Aurélio manifestou pesar pela morte do líder camponês Manoel da Conceição, de
86 anos, falecido na manhã de quarta-feira em decorrência de complicação
hospitalar após uma cirurgia de vesícula.
“Manoel da Conceição ensinou pelo
exemplo. Não há nada mais digno que isso, ensinar pelo exemplo. Não precisam as
palavras, mas os exemplos. O exemplo resignado de defender a sua classe, a
classe camponesa. Um exemplo decidido de estar ao lado dos mais pobres, esse
exemplo é concretizado pela sua persistência, por não desistir em nenhum
momento mesmo diante de tantas perseguições, tortura, atentados contra sua
vida, exílio. É fácil narrar essa história, mas vivê-la é algo muito difícil”
falou Marco Aurélio.
O parlamentar seguiu detalhando
momentos de destaque na vida de “Manel” da Conceição, como era amplamente
conhecido: “Manoel da Conceição merece nosso respeito, viveu para além do seu
tempo, dedicou sua vida para além da sua família. Dedicou-se para os outros,
sobretudo pelos mais fracos. Manoel da Conceição deixa seu legado e merece
nosso respeito. Que Deus o receba em seus braços e conforte sua família. Manoel
da Conceição, presente” finalizou Marco Aurélio.
História de Luta
Nascido em 1935, na região de
Pedra Grande, no Maranhão, sua vida foi marcada pela pobreza, fruto da exclusão
político-econômica. Aprendeu a profissão de ferreiro com o pai, mas sua vocação
maior era a de trabalhador rural. Conheceu a primeira expulsão de terra no
início da década de 1950, quando titularam uma grande área, abarcando as terras
de várias famílias trabalhadoras rurais, entre as quais, a de seus pais.
Perseguido, preso e torturado
durante a ditadura militar, Manoel da Conceição foi um dos maiores
articuladores da luta camponesa no Brasil e fundador do Partido dos
Trabalhadores (PT). Na década de 1990, ajudou a fundar o Centro Nacional de
Apoio às Populações Tradicionais (CNPT); a Reserva Extrativista do Ciriaco, em
Cidelândia – MA; a Rede Frutos do Cerrado, em vários municípios do Maranhão;
diversas cooperativas de pequenos produtores rurais no sul do Maranhão; a União
Nacional de Cooperativas da Agricultura Familiar de Economia Solidária
(Unicafes); e a Central de Cooperativas do Maranhão.
Nos últimos anos, dedicou-se às
atividades do Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural (CENTRU) e da
Central de Cooperativas Agro-extrativistas do Maranhão (CCAMA).
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